- UMA NOVA CULTURA POLÍTICA EMANCIPATÓRIA -



Acredita-se que hoje há uma volta as traduções de Marx em todo mundo.
Conseqüências do materialismo histórico, transformando o capitalismo em um fator de progresso, como é o caso do colonialismo.
Alem de trazer outras conseqüências como torna invisível outras forma de opressão, como discriminação, racismo, sexualismo, castas. Alem do marxismo o ideal da unidade  do saber, da universalidade  do saber cientifico e sua primazia.
Ele descrever que toda teoria critica tem sido bastante monocultural, mas que estamos cada dia mais cônscio da realidade intercultural do nosso tempo.
Chegando a conclusão que provavelmente, a razão que critica não pode ser a mesma que pensa que constrói e legitima o que é criticável.
Sugerindo outro tipo de racionalidade, uma mais ampla, para pode reinventar a conjectura critica, de acordo com nossas necessidades hoje, sendo que não há conhecimento geral, nem tão pouco há ignorância geral.
Assim há dois tipos de conhecimento que se distinguem como conhecimento de regulação (CR) e conhecimento de emancipação (CE)
Tanto no (CR) como no (CE) existe um ponto “A” chamado de ignorância e o ponto “B” chamado de saber. A ignorância no (CR) é o caos, quer dizer, ser ignorante é viver em caos com a realidade; e conhecer, saber, é ordem. A trajetória do (CR) vai do caos à ordem.
O ponto CE tem um ponto “A” chamado de colonialismo e o ponto “B” de autonomia solidária.
Ouve o domínio da CR quando o capitalismo começou a toma conta do cenário ocidental.
Ouve então uma inversão de valores no CE e no CR, sendo assim o colonialismo passou a ser uma forma de ordem.
Passamos a viver e no mundo dominado por utopias conservadoras, mas temos que mudar essas utopias conservadoras para utopias critica.
Onde há dois problemas teóricos, o do silencio e o da diferencia. O silencio é o resultado do silenciamento, e a diferencia pos suas traduções tem alguns problemas.
Há um outro desafio distinguir entre objetividade e neutralidade, deve ter uma distancia critica em relação à realidade, mas não podemos nos isolar das conseqüências e da natureza do nosso saber, pois ele esta contextualizado culturalmente, todo saber é local inclusive a ciência. 
Há um quarto desafio que consiste  em nos concentramos em como desenvolver subjetividade rebeldes, não apenas as conformistas, sendo o foco principal como intensificar a vontade.
Temos uma dimensão emocional no conhecimento que costuma-se trabalhar muito mal, a corrente fria e corrente quente, a corrente fria é consciência dos obstáculos, e a corrente quente é a vontade de ultrapassa-los, sendo que as culturas se distinguem pelas primazias não pelas correntes.
O Fórum Social Mundial (FSM) tem nos ajudado a renovar a teoria social e política em diferentes níveis.
Um nível é uma concepção mais ampla de poder e de opressão, fomos obrigados a uma só forma de opressão a do capitalismo – trabalho -. O FSM nos ensinou que a diferentes formas de opressão e poder, que em uma luta, e que talvez não seja possível determina para todo mundo a mais importante
Há seis distinções de espaços estruturais, nos quais se geram seis formas distintas de poder. São espaços – tempo, formas de sociabilidade que implicam lugares, mas também temporalidades, duração, ritmos:

O espaço – tempo domestica, onde a forma de poder é o patriarcado, as relações sociais de sexo.
O espaço – tempo da produção, onde o modo de poder é a exploração.
O espaço – tempo da comunidade, onde a forma de poder é a diferenciação desigual entre quem pertence a comunidade quem não pertence.
O espaço estrutural do mercado, onde a forma de poder é o fetichismo das mercadorias.
O espaço - tempo da cidadania, o que normalmente chamamos de espaço publico: ai a forma de poder é a dominação, o fato de que há uma solidariedade vertical entre cidadão e Estado.
O espaço – tempo mundial em cada sociedade, que este incorporado em cada país, onde a forma de poder é intercâmbio desigual.  

A segunda inovação teórica é a necessidade que temos de construir a emancipação a parti de uma nova relação entre respeito da igualdade o principio do reconhecimento da diferencia, pois o importante não é a homogeneização, mas sim as diferencias iguais.
Temos que tentar uma renovação teórica, a sociedade capitalista tem vários sistemas, mas os seis diferentes tipos podem se reduzir a duas formas de domínio hierarquizado. Eles são: o sistema de desigualdade e do de exclusão.
O sistema de desigualdade nas sociedades capitalistas é a relação capital / trabalho.
Existem formas hibridas  que se identificam com, elementos de desigualdade e de exclusão , o racismo e o sexismo.
Racismo: uma forma de exclusão que esta cada vez mais esta se encaixando no sistema de desigualdade, e o sexismo ocorre o mesmo.
Esses são os desafios e os avanços que é possível ter em conta, temos de ver como articular essa teoria que estamos tentando desenvolver com uma outra política, e em um contexto no qual só nos restam instrumentos hegemônicos. Estamos em um contexto no qual legalidade, direitos humanos e democracia  são realmente instrumentos hegemônicos.Por tanto não conseguir por si mesmo a emancipação social; seu papel, ao contrario, é impedi-la. 

Baseado no livro: 
Santos, Boaventura de Sousa, 1940.
Renovar a teoria critica e reinventar a emancipação social/
Boa Ventura de Sousa Santos; tradução Mouzar Benedito. -
São Paulo: Boitempo, 2007.

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